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sábado, 6 de fevereiro de 2021

XI. INFORDIÁLOGOS na Rocha Treme-Treme - ZUSE e AIKEN

 Como não estava ninguém na ponta rocha, ocuparam os lugares habituais. A maré estava cheia e as ondas batiam com força, salpicando até ao topo e fazendo jus ao nome da pedra. Provavelmente por isso os poucos turistas quedavam-se mais para trás, receando os tremores.

Na última conversa tinham chegado ao séc. XX com o grande sucesso do tratamento dos dados do censo nos Estados Unidos, graças ao uso dos cartões perfurados de Hollerith.

— Pelo que o professor disse outro dia, eu ainda nasci no séc. XX, em 2000.

— Pois sim, mas não te apercebeste dos importantes desenvolvimentos que nele se verificaram: na Agricultura com os fertilizantes; na Indústria Automóvel com as linhas de montagem e a produção em massa; na Aviação com a construção dos aviões gigantescos e do motor a jacto; na Saúde com os antibióticos e a pílula contraceptiva; para o Lar os electrodomésticos; e na Computação com o progressivo aperfeiçoamento dos processadores, e a miniaturização com os circuitos integrados.

— Já me sinto a afogar em tanto progresso! — Exclamou Bit.

— E nem falei da conquista do espaço: o lançamento de satélites e a ida do homem à Lua. — Byte achava que já era suficiente e passou ao tema dos computadores. — Na primeira metade do século dois nomes são dignos de realce: Konrad Zuse (1910-1995) e Howard Aiken (1900-1973).

— O livro que o professor me emprestou referia os computadores da série Zn que o engenheiro alemão Zuse produzira. — Bit demonstrava o seu interesse pela matéria. — O Z1 foi o primeiro computador programável e o mais recente, o Z4, foi utilizado para fins comerciais, não foi?

— Sim. Ele inventou o primeiro computador electromecânico, constituído por relés.

— E o Aiken? — Interrogou Bit. — Foi igualmente famoso?

— Sim, sim. Aiken, americano, desenvolveu a série dos computadores Harvard Mark I a Harvard Mark IV, já sob o patrocínio da IBM.

— Só para fazeres uma ideia do tamanho desta máquina, o Harvard Mark I usava 765.000 componentes electromecânicos e 900 km de fios condutores, media 16 m de comprimento, 2,4 m de altura e 0,61 m de profundidade.

— Tão grande! — Bit não escondia a sua admiração. — E quanto pesava essa bisarma?

— Era pesadinho, lá isso era! 4.500 Kg. O que achas? — Byte estava eufórico com a admiração que provocava em Bit. — E isto nos anos 40 do século passado.

Byte ainda pediu a Bit que procurasse no livro que lhe emprestara a imagem deste gigantesco Mark I.



— Vai levar algum tempo, alguns anos, até os computadores reduzirem o seu tamanho e aumentarem a sua capacidade de processamento. Esta evolução vai depender dos desenvolvimentos da electrónica e da substituição dos relés pelas válvulas.

— Válvulas!? — Exclamou Bit. — Mas isso não é coisa dos motores de automóvel?

— Não só! — Byte contemporizou. — São outras. Hás-de conhecer as diferenças… Bem, vamos andando. Hoje estou convidado para jantar na “Curva”, queres vir?

— Hum! — Bit engoliu em seco. — Já que convida, nem precisa insistir!

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