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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Croniquetas numéricas no Algarzur - 3


Ainda e sempre eu, Pitágoras!
A minha escola era, na altura, uma verdadeira super/mega/hiper-escola!

Eu, como o primeiro magnífico-reitor universitário da história, era superiormente considerado dentro e fora da Escola Pitagórica. Nesta comunidade eu orientava os estudos dos meus discípulos na exploração dos mistérios dos números e era a mim que competia a última palavra. O respeito deles para comigo era tal que quase todas as descobertas me foram atribuídas.
A Escola Pitagórica (imagem medieval)
Para ser membro da minha escola era necessário prestar provas, como agora se diz, de admissão. E não, não era qualquer um. Os testes eram difíceis e só os muito bons é que conseguiam entrar. Chegavam a demorar anos até lhes ser conferida a honra de passarem a membros. Homem ou mulher, em completa igualdade, uma decisão verdadeiramente revolucionária para aquele tempo.

Sim, é verdade que instaurei um voto de silêncio entre os meus discípulos. Por causa disso, muito pouca coisa transpirava da comunidade escolar (chamemos-lhe assim). Se fosse hoje, muita coisa teria sido diferente, eu sei. Oh, se sei! Se as TIC (multimédia) tivessem tido maior implantação naquele tempo, o mais provável era ter sido eu mesmo, ou alguém muito próximo de mim, a passar a escrito os nossos estudos e até a divulgá-los. Mas, nem um computadorzinho com um processador de texto e uma impressora, nem um CDzinho, nem DVDzinho nem Penzinha… pior ainda, nem papel e lápis, nem mesmo um papirozinho… Para registar fosse o que fosse era preciso gravar aquelas horríveis placas de argila que acarretavam, ainda por cima, um grande problema de catalogação e arrumação. Imaginem só que estantes teria de ter uma biblioteca para se guardarem estas placas! Nem se chamava biblioteca, pois o livro ainda não tinha sido inventado. Acho que lhe chamávamos placoteca, mas em grego arcaico que, passados tantos séculos, já nem me lembro bem como se dizia (desculpem lá, mas a minha cabeça já não é o que era…). Assim, muitas das nossas descobertas acabaram por chegar ao conhecimento do comum dos mortais através de revelações de boca a orelha.
As Regras (versão digital!!!)
Cumprir? Claro que tinham de cumprir. Tudo na vida tem regras e a minha escola, pela sua importância e pelo rigor exigido nos estudos, não praticava (nem eu concordaria) os facilitismos que agora se veem por todo o lado. Não, não, nada disso! Portanto, havia normas de cumprimento obrigatório. Mas eram sobretudo morais. Éramos uma escola austera e havia que motivar o estudo. Essas regras eram conhecidas por “Os Versos de Ouro”, e cada discípulo tinha de os ler todas as manhãs, como inspiração, e todas as noites como se fizesse um exame de consciência. Se os leres, e devias, poderás achar que são aforismos ou até semelhantes aos mandamentos judaico-cristãos.

Já me marcaram uma entrevista sobre “Os Versos de Ouro” e, nessa altura, falarei deles mais em pormenor.

Depois publicarei uma nota sobre a dita entrevista…

Saudações do Pit.

  

E o porquinho do primo Zé João do Palazim?

Descobriste? Pois podias tê-lo descoberto mesmo sem grandes cálculos, bastava-te alguma meditação, tipo: cada pessoa, coisa ou animal tem um peso; esse peso, seja qual for, tem duas e apenas duas metades; no caso do porco, faltava-te conhecer uma metade, apenas uma, pois já sabias a outra que eram os 45 Kg. Portanto o “belo bicho” pesava seis arrobas!

Continuando com bicharada, vê lá se acertas esta:

No pátio da minha casa em Siracusa existiam 21 bichos, galinhas e coelhos. O total das suas patas era 54. Quantos eram de uns e de outros?

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