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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Croniquetas numéricas no Algarzur - 1


Eu, Pitágoras 


Sim, sou eu. Um pouco mal-encarado, mas trata-se duma representação muito antiga, empedernida, do tempo em que a paleta de cores disponível só tinha o claro e o escuro. Pois se nasci há tantos anos! Para cima de 2.500, estás a ver? O Registo Civil mais próximo da minha cidade, Samos, ficava a dias de viagem, e nem tínhamos um frigorifico para colar um calendário magnético (que também ainda não tinha sido descoberto!), pelo que eu não sei bem se nasci em 571 ou em 570 a. C. (e naquele tempo também ainda não sabíamos que era a. C.). Se tivesse um BI ou Cartão de Cidadão, talvez fosse uma ajudinha… assim, é só a memória… e esta fica de difícil acesso, pois desde que descobriram os neurónios que tudo se tornou mais complicado; até pode ser vírus, como diz o meu tetraneto! Tenho de fazer um upgrade.

Achas o meu nome esquisito?! Bem, primeiro tens de te lembrar que não sou da tua terra e nem falo a tua língua (nota do editor: o texto que estás a ler foi previamente traduzido do grego antigo). Se fosse português provavelmente chamar-me-iam José, ou melhor, Pedro como o Nunes, ou Bento como o Caraça; se a minha escola ainda funcionasse, teriam seguramente sido meus discípulos. Malta dos números, como os mais novos dizem.

E já viste o meu nome escrito na minha língua? Então vê lá se o consegues ler! Πυθαγόρας.

Temistocléia, minha madrinha e mestra, era uma Pítia do templo de Apolo, em Delfos. Quer dizer, era uma Pitonisa adivinha, e traçou para mim a extraordinária vida que vivi. Anunciou a meu pai, o joalheiro Mnérsarcnos, e a Parthénis, minha mãe, que eu viria a ser um homem muito inteligente, belo e famoso, e que daria grandes contributos para benefício da humanidade, modéstia à parte, como foi o caso do meu Teorema.

Por isso o meu nome, Pitágoras, que quer dizer “o que foi anunciado pela Pítia”.

Voltaremos a encontramo-nos neste jornal, num qualquer número a seguir, irei trazer-te episódios da minha vida, todos eles com números à mistura, porque para mim, os números pertencem a todas as coisas que existem, pois todas as coisas são números.

Até lá, aqui te deixo uma saudação especial com a amizade do Pitágoras, Pit para os amigos.



Curiosidade:

Do anterior concluíste que se quiseres obter como produto uma série de algarismos todos iguais, basta multiplicares 12345679 pelo produto desse número por 9.

E para hoje fica esta curiosidade:

Multiplicando o número 37 pelos primeiros múltiplos de 3 podes obter um número com três algarismos iguais, que por sua vez são iguais à ordem desse múltiplo. Experimenta lá.

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