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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Coisas novas em coisas antigas...


Coisas novas em coisas antigas

Gostaria de iniciar esta série de croniquetas sobre as Novas Tecnologias (NT), Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), Processamento de Dados (PD), Information Technologies (IT), Data Proccessing (DT), etc., etc., enfim, Informática, com uma referência ao posicionamento de novidade que elas (ainda) constituem, mesmo para aqueles que como eu, lidam com elas há mais de quarenta anos. Com efeito as Novas Tecnologias já têm barbas, e se são brancas(!), mas ninguém contesta a designação de “novas”!

Sempre têm suscitado posições antagónicas sobre a sua bondade, antagonismo este que as equipas de desenvolvimento e os interesses corporativos que investem nesse desenvolvimento têm levado a melhor.

E hoje, ultrapassadas as questões do desemprego que alguma vez causou, todos lhes reconhecem a imprescindibilidade para a resolução desde os probleminhas mais triviais até às situações mais sofisticadas da exploração espacial, da investigação, da saúde, da domótica, da robótica, inclusivamente nos meios fabris, na miniaturização, enfim, no próprio trabalho.

Nenhum setor da sociedade ficou indiferente ao desenvolvimento tecnológico. E até áreas habitualmente mais conservadoras não deixaram de lhe fazer a devida referência. Surpreendentemente, até o Fado. E não apenas o Fado dos novos fadistas e do “património da humanidade”. Este foi uma criação do fadista Carlos Zel (1953-2002) que foi o primeiro (e talvez ainda o único) a cantar a Internet e a usar terminologia informática na letra do Fado da Internet (música e letra de Daniel Gouveia (©Movieplay)).


Eis as palavras do Fado da Internet

 O fado p’ra ser castiço não é, por isso, antiquado
Deve, até ser “P’ra frentex” e assim é que se trata hoje o fado
Graças ao computador, p’ra se compor, com grande afã,
Digita-se no teclado e o resultado vê-se no “ecran”.

Pode-se falar de tascas, rameiras rascas, vida indecente,
Mas não se vai à taberna e quem alterna é a corrente.
Pode o Faia ser gingão, falar calão, andar à crava
Pode a fadista usar xaile, mas é num “file” que isto se grava.

Para que a gralha se evite, faz-se um “delete” e, a seguir,
Se a memória já não vive, faz-se um “retrieve” no mesmo “dir”.
“Enter” que estás a agradar, convém salvar, se a coisa interessa.
Mal a letra se define, com “Print Screen” sai logo impressa.

Com o título ninguém teime: faz-se “rename”, nem se discute.
E, se a CPU pendura, tudo tem cura, basta um “reboot”.
Guitarras virtualizadas, vozes filtradas por fios eléctricos,
O fado activa circuitos e os seus intuitos são cibernéticos.

Já não se escreve em toalha a boa malha que vem à mente.
Esse bom tempo findou-se, agora é “Windows” o ambiente.
O fado é feito com “Bits”, em “Micro-chips”, mora em “Disquette”,
Mas não deixa de ser fado. Está paginado na “Internet”.

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